sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Garrafas #19 - Lucifer, DeuS, Colorado, a da bruxa e tantas outras. Eu no degusta Beer and Food

Onde foi que eu parei mesmo? fiquei uns dois meses sem escrever e ficou até meio difícil de retomar o blog, mas vamos lá, vamos continuar porque, o que é bom, não pode parar!


Montagem com rótulo da cerveja Deus e título do blog
Degusta Beer 2015

Mudanças!
Desde o último post, muitas coisas aconteceram na minha vida e, como a cerveja faz parte da maioria desses acontecimentos, eu estava planejando falar sobre a maioria deles (pois para cada um eu tenho uma garrafa guardada em algum lugar), mas acredito que seriam muitas coisas para falar de uma só vez e o post ficaria meio grande. Então, meus amigos, vou continuar exatamente de onde parei, vou falar sobre minha visita ao Degusta Beer & Food 2015, evento que rolou no mês passado (Julho) e que, cara, você deveria muito ter ido!

Sobre o evento
Degusta Beer é um evento que vem crescendo bastante a cada nova edição e atraindo cada vez mais visitantes. A  proposta do evento é aproximar os fabricantes de cervejas artesanais e os degustadores -leia-se: bebedores-, além de mostrar o que é cerveja de verdade para as pessoas que ainda não foram conquistadas. No evento você pode degustar várias das cervejas mais tradicionais disponíveis no Brasil, bem como conhecer novas cervejarias, que não param de surgir e o mais legal é que você pode conhecer e conversar produtores e importadores reais; tudo isso ao som de boa música, com boa comida e rodeado de gente legal.

Montagem com fotos do evento
Fotos do evento
O time
Graças à Deus eu não fui só, senão teria gastado até a última moeda da minha carteira, comigo foram minha namorada Mônica, meu irmão Juninho e sua esposa (que também é irmã da minha namorada) Tatiane. Aí você me pergunta: “Nossa cara, você bebe tanto assim, para gastar todo o teu dinheiro?”. Não véi, não bebo tanto. Acontece que, não sei se por causa da alta na inflação, mas achei os preços um tanto quanto elevados; nada custava menos de R$ 8,00. Achei que os preços poderiam ser um pouco mais em conta porque estava praticamente o dobro, comparado com a edição anterior e o custo é um dos principais, senão o maior dos bloqueios para quem quer conhecer as cervejas artesanais. Com isso, posso destacar um ponto negativo para a organização do evento, que demorou para atualizar a planilha de preços no site do evento; aí eu (que, confesso, tenho deficit de atenção) baixei a planilha desatualizada e fui para o evento crente de que pagaria R$ 35,00 para degustar uma DeuS e que os chopes custariam algo em torno de R$ 4,00..haha, sabe de nada, inocente!

Mas o evento é bom?
Tirando este pequeno grande ponto negativo, o evento é muito, mas muito bom; vou te contar um pouco o porque: assim que você chega, retira um copo (de vidro), o qual você carrega consigo por todo o evento e usa para fazer as degustações. Para comprar as bebidas você precisa comprar o “dinheiro local”, cédulas como as de Real que temos por aí, e só pode comprar bebida com esse dinheiro. Com grana e copo em mãos, é só andar pelos stands, trocar uma ideia com os vendedores, conhecer a cerveja e comprar, caso se interesse. No meu caso, comprei mais com aqueles que me deixavam provar antes, para eu saber se me agradaria ou não. Só o cara da DeuS que quase me deu um chute quando pedimos uma prova, mas os pessoal da Colorado mandou muito bem, atendimento exemplar!

Foto de Mônica, Juninho, Tati
O time: Mônica, Juninho, Tati e eu, que sempre fica atrás da câmera
Havia vários expositores, grandes e pequenos, que iam de produtores a vendedores e importadores. Ao chegar ao evento e já com copo e dinheiro, fomos andar um pouco, dar uma olhada nos preços, ver quem estava expondo, mas como eu já estava bem decidido, fomos logo nas tradicionais porque eu não poderia sair dali se não degustasse uma DeuS. Só que eu acho que começamos errado (ou foi certo? não sei!). Andando pelos corredores avistei algumas bandeiras e cartazes que são meu sonho de consumo: Lucifer, Delirium, Carolus… Corremos até o stand e já pedi uma Lucifer que, cara, acho que os belgas escolheram um nome bem bom para essa cerveja porque essa aí derruba o peão viu, tem 8% de álcool! mas é uma excelente cerveja, com sabor bem acentuado.

Sobre a Lucifer
Se você pesquisar na internet, vai encontrar muitas páginas vendendo e falando (em cervejês) sobre a Lucifer, como o Clube do Malte, que a descreve da seguinte maneira: “Da mesma fábrica da Gouden Carolus, a Lucifer é uma Belgian Strong Golden Ale de coloração dourada e uma boa formação de espuma. Nos aromas o mais marcante é o malte, frutas amarelas e lúpulos florais. O sabor é igualmente frutado e maltado. Conforme a cerveja vai esquentando no copo, o álcool se mostra mais presente.”. Eu sei cara, tem hora que eu também não entendo o que os caras estão falando, mas vou tentar traduzir: a Lucifer é uma cerveja belga, do tipo Belgian Strong Ale, que nada mais é do que uma cerveja bem dourada, que faz bastante espuma, quando despejada no copo e é produzida na mesma fábrica que faz a tradicional (e deliciosa) Gouden Carolus. Tanto o cheiro, quando o gosto são bastante carregados de malte e levemente (bem levemente mesmo) frutados, o que torna a cerveja bem forte, mas não tão amarga. Você tem que beber logo porque se deixar esquentar, vai começar a sentir mais o álcool do que o malte e as demais especiarias. Isso porque quanto mais fria a cerveja, menos o teu paladar capta os sabores, afinal você, como todo mundo, odeia comer comida fria, porque frio é igual a menos sabor, certo? É por isso que, para cada tipo de cerveja, há uma temperatura ideal para se degustar.  

Então é isso, essa é a Lucifer, uma cerveja bem boa que você encontra facilmente no Brasil e não é muito cara. Mas, ainda sobre esta cerveja, vou te contar outra coisa bem legal, a história por trás do produto. No caso da Lucifer, trata-se de uma história inspiradora e vitoriosa. Tudo começou na década de 80, quando a Liefmans começou a produzi-la, mas as vendar foram fracas e a Duvel Moortgat assumiu a produção. Mesmo assim o negócio não deslanchou e parece que a cervejaria tinha outros objetivos, como a produção das cervejas frutadas da Liefmans, e deixou a produção da Lucifer meio de lado, aí a cerveja começou a praticamente desaparecer das prateleiras dos pontos de venda. Até que uma cervejaria chamada Het Anker assumiu a produção e comercialização, levando-a à almejada conquista da medalha de ouro no World Beer Cup . À partir daí a produção voltou a crescer e agora você a encontra nos empórios das grandes cidades brasileiras. História legal, né?!

Depois da Lucifer, Deus!
Em seguida fomos gastar mais dinheiro, agora para chutar o balde, visitamos o stand dos caras que tinham a belíssima garrafa DeuS, que, para nossa tristeza, estava custando 40 dilmas ( a garrafa? não filho, o copo de 200 ml! atualmente uma garrafa deve estar custando uns R$ 200,00), como o preço estava bem salgado, tive que rachar essa com o Juninho, a Tati e a Mônica. Aí você me pergunta: E aí, foi bom pra você? Para mim foi sim, e muito porque realmente é uma cerveja fora do comum, que tem uma graduação alcoólica bem elevada (11.5%), mas que você não sente, é como se o álcool não estivesse presente; a bagaça é muito mais alcoólica do que a Lucifer e muito mais complexa, mas é sublime, é suave, é sutil e agradável, é uma delícia! Porém o Juninho achou que estava bebendo um Dolly de maçã. Quase voei no pescoço dele quando ele soltou essa..haha

DeuS servida no Degusta Beer
Olha aí, que lindeza!
Sobre a DeuS
A DeuS é um tipo de cerveja chamado Bière Brut e que mais parece um espumante, então acho que ela casa bem com momentos de celebração, de alegria (eu estava planejando comprar uma para comemorar um possível aumento de salário, mas fui demitido e aí a vaca foi para o brejo..haha). Além do sabor, da textura diferenciada, da leveza, o que mais me torna fã desse produto é a capacidade que os caras tem de trabalhar com tanto álcool e torná-lo imperceptível, isso deve ser muito difícil de se conseguir, mas deve ter relação com algo igualmente fascinante: o processo de produção, que começa na Bélgica, com a preparação dos ingredientes e primeiro e segundo processos de fermentação, depois vai para uma vinícola em Reims, região de Champagne, na França, que é, como você já deve estar imaginando, mundialmente conhecida pela produção de excelentes espumantes e vinho, onde fica maturando por 9 longos meses. Durante esse tempo, eles realizam um processo chamado de Remuage, que consiste em ir lá e uma vez por dia uma dar uma girada na garrafa e abaixar um pouquinho até que no final o gargalo fique totalmente voltado para baixo. Este processo faz com que o fermento e borras fiquem concentrado no gargado, que no final é congelado, para que se o que não presta, depois eles completam a quantidade de cerveja, e fecham a garrafa com uma rolha decente. Depois desse processo, a cerveja volta para a Bélgica, de onde apenas 15.000 garrafas são distribuídas para o mundo, uma vez por ano. Fascinante, não?

Eduardo e Mônica degustando a DeuS
Foi bom enquanto durou

E a Colorado, que agora é AmBev?
Depois de ter matado essa vontade, fomos andar pelo evento, comer um hambúrguer e degustar mais. Passamos pela Colorado, onde degustei uma Indica e troquei uma ideia bem legal com o pessoal da cervejaria, que me falou sobre a polêmica fusão com a Ambev. Segundo a própria Colorado, não haverá nenhuma alteração nas receitas (estou falando da cerveja e não dos lucros) e nem nos processos de produção. Agora eles tem mais condições de levar nossa bandeira para outros países, pois se antes mesmo da parceria eles já estavam dobrando a produção, agora então.. Desejo boa sorte para a Colorado, tomara que eles também consigam baratear um pouco o produto, sem alterar sua qualidade!

Se eu pudesse destacar alguma...
Como não dá para falar de todas as cervejas que conheci, vou falar de uma em específico, a “cerveja mágica” do Mestre das Poções, que, segundo eles, produz a primeira cerveja mística do mundo e foi um dos destaques do evento. Quando você puder, experiente a tal da Cerveja dos Gnomos, que cerveja boa! Quando fui comprar eu perguntei qual era o tipo da cerveja, trigo, lager etc, e o cara, que estava vestido de mago (ou bruxo, sei lá!) me disse que com eles não tem essa de “tipo de cerveja”, tem a"poção": a dos gnomos, do fogo, da lua, da da bruxa… Na dúvida eu peguei duas das que tinham o desenhos mais bonitos no rótulo e não me arrependi. Parabéns eles por mais este exemplo de como os brasileiros são criativos e inovadores ao mesmo tempo em que não deixam de lado o rigor técnico.

E teve mais!! 
Eu teria ainda mais coisas para falar sobre o evento, mas acho que este post já está bem extenso, então vou finalizar esta parte falando sobre um evento que rolou dentro do Degusta, a final do campeonato mundial de Sommelier de cerveja. Uma final bem emocionante, que contava com a participadão de um brasileiro. Os caras degustam as cervejas com tanta paciência, tentando descobrir qual é a marca, estilo, melhores combinações etc, e ao final da degustação falam sobre suas impressões, é nessa parte que a platéia presta mais atenção. Foi a primeira vez que o Brasil recebeu este evento e eu tenho certeza de que todos ficaram bem felizes e satisfeitos. O vencedor foi o italiano Riva Simonmattia; já os brasileiros  Rodrigo Sawamura e André Soares Rodrigues ficaram em 4º e 5º lugares no ranking mundial. Acho que está bom, por enquanto. Muito bom saber que o Brasil começa a mostrar sua cara também no mercado de produção de excelente cerveja, saindo um pouco do eixo Europa-EUA.

Final do Campeonato Mundial de Sommelier de cerveja
Final do Campeonato Mundial de Sommelier de cerveja

Você perdeu, mas...
Como eu disse, você perdeu um excelente evento. Mas calma, não vou te deixar triste, esperando por um ano inteiro, se quiser participar da próxima edição. Fique feliz porque vou te dar mais uma super dica de evento, se liga aí: em novembro vai rolar o Expresso Bier Fest, um festival de cervejas especiais onde o visitante poderá assistir palestras técnicas para cervejeiros e de gestão promovidas Sebrae-SP, curtir bandas ao vivo nos 3 dias de evento, degustar o líquido sagrado de 30 cervejarias e se deliciar com 08 Food Trucks. Como isso tudo não fosse o bastante, o cenário do evento é sensacional, tudo vai acontecer na estilosa Estação Atibaia. Dá um liga na divulgação dos caras:

Pô, vê se não vai perder mais uma, heim!!!


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Um abraço e até a próxima, cheers!


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